quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Falamos de tantos lugares...


Falamos da vida e da morte, falamos do mundo e da sua sorte, ou do azar particular
Falamos daquilo que não se cala, do intimo que não se declara e do desejo que não se assume
Falamos de nos, de sim ou do talvez, daquilo que não tem vez e do final quando já é o começo de tudo.
Falamos na mesa do bar, da casa e do jantar que não completa o interesse de ser
Falamos de lugares escondidos, daqueles já vividos e daqueles que ainda iremos conhecer
Falamos do mundo que nos acolhe do medo que não se colhe e do passo falso a cada direção
Falamos tantas besteiras juntos e sozinhos, baboseiras e zueiras rindo, quando uma lagrima apresenta aquilo que apenas dói ao nosso intimo.
Entrelaçamos fiascos de nossas vidas, nos expomos a feridas, só para saber o quanto nos faz doer.
Dividimos a dor e o prazer de estarmos vivos, nos vendemos em desafios sem compromisso.
Falamos do prazer inconstante, da busca em cada instante apenas para compreender o principio do respeito que atribuímos a outro e nunca a nós mesmos
Falamos da diferença entre a querência e o desejo, mas continuamos do mesmo jeito, apenas resgatando o que poderia ter sido ou foi no passado perdido o que você acha que encontrou
Falamos todo dia de um crime perfeito, de um amor para sempre e de um corpo perfeito, sem dar-se conta aquilo que somos
Falamos de beijo na boca, do sexo audacioso e de tudo que foi, quando na realidade somos o que é.
Falamos dos seres perfeitos, das normas, éticas e valores profissionais que nunca nos abandonou
Falamos do sonho de cada profissional e do endereço daqueles que não nos cabem mais.
Mas nunca falamos direito daquilo que tem um final. Negamos a morte na própria vida e seja lá se tem uma saída, quando no fim reconstruímos entre mortos e feridos a certeza mas impar de que nada pode mudar quando não sabemos nem andar na direção de se fazer o melhor que já se pode fazer ao único sentido – o de si mesmo.

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